74 milhões de brasileiros podem ficar sem água até 2035 

Estudo lançado em Florianópolis aponta que 74 milhões de brasileiros podem ficar sem água até 2035

Prazo leva em conta cenário de ausência total de investimento em infraestrutura. Planos nacionais e redução de perdas são estratégias para evitar escassez

08/08/2019 – 17h14 – Atualizada em: 08/08/2019 – 21h26
Por Redação DC

Grande Florianópolis sofre com problema de falta d'água nas últimas semanas por causa de estiagem Grande Florianópolis sofre com problema de falta d’água nas últimas semanas por causa de estiagem 

(Foto: Gabriel Lain, Diário Catarinense, BD 29/07/2019)

A primeira parte de um estudo lançado na tarde desta quinta-feira (8) em Florianópolis aponta que, se não for feito nenhum investimento em infraestrutura, deve faltar água para cerca de 74 milhões de brasileiros até 2035.

O sumário do relatório “Água: biodiversidade, serviços ecossistêmicos e bem-estar humano no Brasil” foi lançado durante o 15º Congresso Brasileiro de Limnologia (estudo científico de água doce), que ocorre no Centrosul, em Florianópolis. O documento é destinado a gestores públicos, empresários e outros entes capazes de tomar decisão. O relatório completo está em fase final de elaboração e deve ser lançado até 15 de setembro. sumário apresentado no Congresso na Capital, além da previsão de dificuldades hídricas em caso de falta de investimentos, também há informações sobre o potencial hídrico do Brasil e as diferenças de distribuição desses recursos.

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Segundo o relatório, o país tem 12% da disponibilidade hídrica superficial do planeta, além de reservatórios de água subterrânea e circulação atmosférica que distribui umidade entre as regiões. Essa capacidade seria capaz de regular o clima de toda a América do Sul.

Todo esse potencial, no entanto, apresenta contrastes, segundo dados do relatório. A região Norte concentra 68% da disponibilidade hídrica do país, mas tem apenas 7% da população nacional. Já o Sudeste abriga 58% dos habitantes, mas dispõe de apenas 13% da disponibilidade de água.

As diferenças também aparecem no contexto regional. Segundo números do relatório, 92% dos municípios do Sul do país já registraram ocorrências de inundação. No Nordeste, por sua vez, 98% das cidades tiveram situação oposta, com registros de situação de seca.

O estudo foi elaborado pela Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos, grupo independente que reúne cerca de 120 autores, professores universitários, pesquisadores e gestores ambientais. Os resultados são compartilhados com empresas, representantes do governo federal e ONGs.

Estudos miram investimentos e avanços

Para planejar os investimentos necessários e evitar o cenário de escassez no futuro próximo, um dos avanços recentes foi o Plano Nacional de Segurança Hídrica (PNSH), criado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional e pela Agência Nacional de Águas. O documento propõe a implantação de projetos de infraestrutura para assegurar água aos brasileiros até 2035.

O estudo aponta que a cada R$ 1 investido em infraestrutura para a segurança hídrica, mais de R$ 15 são obtidos em benefícios associados à manutenção das atividades produtivas no país.

Outra medida de avanço foi o Plano Nacional de Saneamento Básico. Ele estima que para 2030, 93% do território brasileiro tenha tratamento de esgoto e que a perda na distribuição da água gire em torno de 30%. Em 2017, 68,5% do território brasileiro tinha esgoto tratado e o índice de perda da água era de 38,3%, conforme o estudo lançado nesta quinta.

No cenário projetado de escassez, a indústria seria a atividade produtiva com maior risco econômico iminente, correspondendo a 84% das perdas econômicas previstas, seguida da pecuária e da agricultura de irrigação. Esses são os setores produtivos com maior consumo de água no país (leia mais abaixo). Para diminuir o risco econômico de escassez hídrica à atividade produtiva, é estimada a necessidade de um investimento de mais de R$ 70 bilhões por ano.

Confira abaixo outras informações do sumário do estudo divulgado nesta quinta:

– Estima-se que a Bacia Amazônica possua mais espécies de peixes que todo o Oceano Atlântico.

– Os recursos pesqueiros do Brasil sustentam aproximadamente 300 mil pescadores artesanais.

– A matriz energética elétrica brasileira depende de cerca de 65% da produção hidrelétrica.

– A indústria utiliza mais de 180 mil litros de água por segundo.

– A agricultura irrigada e a pecuária são os principais usuários dos recursos hídricos do país, consumindo, respectivamente, por volta de 750 mil e 125 mil litros de água por segundo.

– A população brasileira consome por volta de 260 mil litros de água por segundo, considerando um consumo médio individual de aproximadamente 108 litros de água por dia.

– 85% da produção agropecuária nacional depende da água proveniente das chuvas, que tem aproximadamente 40% da sua origem na evapotranspiração da Amazônia.

– Um terço dos peixes pescados no Brasil são provenientes de água doce, com destaque para a região Norte, representando mais de 50% da produção pesqueira continental do país.

– Cerca de 40% do território nacional apresenta níveis de ameaça aos corpos hídricos de moderado a elevado.

Fonte: sumário do relatório temático “Água: biodiversidade, serviços ecossistêmicos e bem-estar humano no Brasil”, da Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos.

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Sobre bbraga

Atuo como professor de química, em colégios e cursinhos pré-vestibulares. Ministro aulas de Processos Químicos Industrial, Química Ambiental, Corrosão, Química Geral, Matemática e Física. Escolaridade; Pós Graduação, FUNESP. Licenciatura Plena em Química, UMC. Técnico em Química, Liceu Brás Cubas. Cursos Extracurriculares; Curso Rotativo de química, SENAI. Operador de Processo Químico, SENAI. Curso de Proteção Radiológica, SENAI. Busco ministrar aulas dinâmicas e interativas com a utilização de Experimentos, Tecnologias de informação e Comunicação estreitando cada vez mais a relação do aluno com o cotidiano.

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