PROJETO: CONSCIÊNCIA NEGRA

PROJETO: CONSCIÊNCIA – HUMANA

Tema:Holocausto dos índios e negros  nas Américas

II SEMESTRE –

JUSTIFICATIVA

Esse projeto pedagógico surge para tentar abrir uma discussão entre o passado o presente e o futuro em torno da diversidade cultural existente em nosso país, a fim de que essa diversidade seja respeitada, valorizada e colocar em prática ações que possam evidenciar a ética e a cidadania.

Esse momento deve ser também, uma oportunidade de reflexão histórica, principalmente por parte de setores que nesses 5 séculos se fortaleceram, em detrimento da maioria da população, ontem indígena, negra-escrava. e hoje representada por uma imensa camada de miseráveis e excluídos da “democracia” e do “Estado de Direito”.  

A origem da palavra cidadania vem do latim “civitas”, que quer dizer cidade. O sentido primeiro do termo cidadania foi utilizado na Roma antiga para significar a situação política de uma pessoa e os direitos que ela possuía e/ou podia exercer. Nesse aspecto cidadania, conforme Dalmo Dalari, “(…)” expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo.

Segundo Adolfo Sánches Vázquez (1982), a palavra ética vem do grego ethos que quer dizer “modo de ser”, ou “caráter”, enquanto estilo de vida que o homem adquire. Diante dessa explicação epistemológica, compreendemos que a discussão, reflexão, exercício da ética e cidadania na escola são fundamentais.

A dignidade é essencialmente um atributo da pessoa humana: pelo simples fato de “ser humana, a pessoa merece todo o respeito, independentemente de sua origem, cor, sexo, idade, estado civil ou condição social e econômica.”

No mundo se discuti varias versões da história, e os fatos são distorcidos, para vender uma ideologia e o poder é usado para impor a história única como se fosse toda a verdade. Não só entre os países, mas na vida social e também dentro de casa.

  Compreender o poder da narrativa é o primeiro passo para construir uma vida que vale a pena, história única aniquila a vida.  

A história pode, dessa forma, ser manipulada para justificar e legitimar os interesses das camadas dominantes em uma determinada época.  “Chimamanda Adichie”.

2- JUSTIFICATIVA:

Promover a releitura da História do descobrimento do Brasil, sua cultura e os reflexos sobre a vida dos brasileiros em geral, rompendo com o modelo vigente na sociedade brasileira, garantindo a ética, cidadania e a igualdade racial.

A Lei em si não basta, é preciso que modifiquemos o ensino-aprendizagem para que tenhamos um resultado eficaz, valorizando conhecimentos dessa cultura, fazendo acontecer mudanças necessárias.

Uma sociedade democrática e justa, inclui todos os setores da população, não admitindo a existência de distorções, diferenças, discriminação, doutrinação ou dominação.

O Projeto CONSCIÊNCIA – NEGRA

Nosso propósito de estender  a lei Nº 10.639/03 que alterou a lei de diretrizes e bases (LDB) e instituiu as Diretrizes Curriculares para a sua execução. A lei acima citada determina a obrigatoriedade do ensino da história da África e dos africanos queremos estender a lei para a historia dos indígenas americanos.

Visa ainda, o reconhecimento e a valorização da identidade, como também da cultura e da história dos negros e índios brasileiros.

HABILIDADES

– Identificar as disparidades entre brancos e negros na sociedade;

– Identificar e analisar criticamente os elementos geradores das diferenças raciais;

– Localizar por meio de pesquisas a história dos povos formadores da sociedade brasileira, destacando suas etnias e culturas;

– Perceber a necessidade de intervir positivamente para a erradicação das desigualdades raciais;

– Respeitar os direitos humanos e fundamentais do cidadão.

CONTEÚDO

– Relações Étnico – raciais.

SITUAÇÕES DIDÁTICAS

– Contextualização sócio – cultural, situando acontecimentos históricos de outras épocas, enfatizando os manifestos sociais, assim como seus significados;

– Investigação e pesquisa para atuar de maneira positiva no processo de reconstrução da memória social. Utilizando entrevistas, relatos, questionários, documentários e outros;

– Reprodução de atividades estimuladas pelas diversas fontes de trabalhos (revistas, jornais, pesquisa na internet, filmes, fotografias, entre outros) desde que materialize o tema em estudo.

ESTRATÉGIA

– Produção de textos, a partir das informações colhidas pelo educador;

– Palestras;

– Debates;

– Oficinas;

– Seminários;

– Danças;

– Lutas;

– Atividades lúdicas;

– Jogos;

– Brincadeiras.

AVALIAÇÃO

Será realizada de forma contínua, mediante exercícios e apresentações em sala de aula.

1.1- Período de execução- ano de 2018

1.2- Abrangência- Educação Infantil- Séries iniciais e finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio

1.3- Coordenação- Professores das Séries Iniciais, Professores da área de Estudos Sociais e Comunicação e Expressão, juntamente com a Coordenação pedagógica da Escola e Equipe Diretiva

1.4- Participação – Todos os Professores , Funcionários e alunos da Escola

3- OBJETIVOS GERAIS:

1- Romper com o modelo pedagógico vigente, incluindo afro-brasileiros na condição de decisório para a construção da sociedade.

2- Proporcionar condições a alunos e professores de apropriarem-se de novos saberes sobre a cultura Afro-brasileira.

3- Promover uma nova visão da História dos Africanos do período colonial, com seus reinados e impérios, sua cultura e os reflexos sobre a vida do afro-brasileiro em geral.

4- Garantir ao Afro-brasileiro a construção de sua personalidade com referência em outros negros.

5- Proporcionar condições ao Afro-brasileiro promover a cidadania e igualdade racial, alcançáveis por meio de uma pedagogia multiracial.

4- OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
1- Reconhecer que o tráfico humano foi uma atividade fundamental para o capitalismo mercantilista.

2- Reconhecer que o Brasil foi o País que mais importou escravos negros.

3- Perceber os diferentes tipos físicos entre os africanos.

4- Perceber os diferentes tipos de religiões, costumes e línguas.

5- Constatar as diferenças e semelhanças de vida entre afro-brasileiros e negros de outros países.

6- Despertar para a africanicidade brasileira em manifestações na arte, esportes, culinária, língua, religião, como elementos de formação da cidadania.

7- Reconhecer o papel do negro na definição e na defesa do território, os Quilombos rurais e urbanos, o negro na periferia e na questão da posse de terras.

8- Despertar para a questão do trabalho no campo e na cidade.

9-Proporcionar condições para o conhecimento sobre questões relativas a saúde e doenças.

10-Comparar o relacionamento entre africanos na era pré-colonial, no período de dominação européia e na atualidade.

11-Discutir e conhecer as personalidades negras que deixaram ou estão deixando sua contribuição nos diversos setores da sociedade, como expressões culturais, desportivas, artísticas, políticas, musicais, religiosas etc…

6- AÇÕES DO PROJETO:

1- Questionar os alunos sobre o que sabem, que idéias e opiniões, dúvidas ou hipótese sobre o tema em debate, valorizando seus conhecimentos.

2- Propor novos questionamentos.

3- Fornecer novas informações.

4- Desenvolver atividades com diferentes fontes de informações em livros, jornais, revistas, filmes, fotos, visitas, passeios e confrontar dados e abordagem.

5- Trabalhar com documentos variados, edificações, plantas urbanas, mapas, instrumentos de trabalho, rituais, adornos, meios de comunicação, vestimentas, textos, imagens e filmes.

6- Ensinar procedimentos de pesquisa, consulta em fontes bibliográficas, organização de informações coletadas, como obter informações de documentos, como proceder em visitas e estudos.

7- Promover estudos e reflexões sobre diversidade de modo de vida e de costumes dos afros brasileiros.

8- Promover estudos e reflexão sobre a presença na atualidade de elementos afro brasileiros na localidade.

9- Debater questões do dia- a- dia dos afros brasileiros.

10- Propor estudos sobre a diversidade étnico racial da comunidade e suas relações.

11- Construir com os alunos: resumos orais, em forma de textos, gráficos, linha de tempo, criação de brochuras, murais, teatros, danças, coreografias, comidas, vestimentas, instrumentos utilizados no trabalho, nos rituais, nas danças, exposições e estimular a criatividade expressiva.

12- Propor pesquisa específica envolvendo rituais e superstições hoje concebidas que percorreram tempo e espaço na sociedade brasileira envolvendo a etnia afro brasileira.

13- Propor pesquisa científica envolvendo a culinária afro-brasileira e sua inclusão no dia-a-dia do povo brasileiro e em especial da comunidade.

14- Propor a culminância dos trabalhos em forma de feira pedagógica com apresentações de todas as atividades planejadas.

7- AVALIAÇÃO:
Será considerada satisfatória se todas as etapas dessa atividade Temática forem desenvolvidas, de modo a aperfeiçoar a democracia representativa, a construir consciência de igualdade e percebermos que todos cooperativamente podem construir uma sociedade mais fraterna e justa.

Um olhar negro

Na escola, valores sociais e morais são reforçados e também é nela que muitos preconceitos são perpetuados de forma quase imperceptível. Portanto é também na escola que se deve propiciar a reflexão crítica sobre esses valores.

A escola sempre pintou a África pobre, sem histórias próprias, com uma população subalterna, sem-cultura e escravizada. Precisamos urgentemente reverter esse quadro. E esse projeto pedagógico surge para tentar tirar do anonimato a verdadeira história da África e de seu povo, bem como abrir um leque de discussões em torno da diversidade cultural existente em nosso país, a fim de que essa diversidade seja respeitada e valorizada.

– A Capoeira e sua importância – através de demonstrações coreográficas de grupos locais;

– A musicalidade de contextualização negra – com a participação de cantores amadores da escola e do município, com repertório de raízes;

– As coreografias fundamentadas nas raízes negras – com a participação de grupos locais;

– A teatralidade interpretativa de textos da cultura africana – monólogos, poesias etc.

– A beleza negra – com a realização de um desfile para escolha da Beleza Negra do município.

A elaboração e desenvolvimento desse projeto de arte e cultura negra visam a atender dois pré-requisitos básicos: o exercício da cidadania e vivência dos valores através da apropriação da arte e da cultura, como ferramentas necessárias para estar num mundo formado por sociedades que usam o preconceito como instrumento das esferas de diferenças sociais e, ainda, o resgate da herança africana, cuja história fora esquecida e ignorada ao longo do tempo.

O projeto tem por objetivo favorecer o desenvolvimento da expressão corporal, oral e cultural dos alunos, através de momentos de interpretação (monólogos), coreografias, músicas, Capoeira, poesias e a valorização estética negra, para a ampliação dos conhecimentos e formação de hábitos e atitudes fundamentais nos valores éticos. Propõe-se, ainda, dar a conhecer, através de demonstrações culturais e de atividades teatrais e de interpretação alguns aspectos importantes do contexto da escravidão negra, ressaltando os valores que impulsionaram e orientaram a sua vida e a formação de sua identidade. Com este conhecimento, vivenciar e valorizar a cultura negra através da música e da pintura como forma de identificação e resgate da auto-estima do aluno afro-descendente. Através de atividades artísticas, busca-se desenvolver ações transformadoras, projetando o respeito como prática fundamental e essencial para mudar as pessoas e, conseqüentemente, a sociedade.

Cultura Afro – Brasileira

Objetivos:

Conhecer as culturas africanas, suas crenças, religiões, músicas, danças, artes visuais;

Explicar o que representou a escravidão para o povo africano.

Pesquisar como vivem as comunidades quilombolas no Brasil.

Verificar de que forma a cultura africana influência a cultura brasileira.

Analisar a relação entre o negro e o preconceito.

Valorizar a cultura negra e seus afrodescendentes e afro-brasileiros, na escola e na sociedade;

Entender valorizar a identidade da criança negra;

Desmistificar o preconceito relativo aos costumes religiosos e alimentares provindos da cultura africana;

Disciplina: Língua portuguesa:

Propostas de Conteúdos:

· Textos literários;

· Estudo de palavras de origem africana que são comuns em nosso idioma e glossário de termos anti-racistas para construção de dicionários;

· Provérbios africanos contidos nos símbolos;

· Reconto de mitos;

· Contos populares,

· Idiomas

Disciplina: Redação

Propostas de Conteúdos:

Análise /releitura de obras e biografia de artistas, autores e cantores negros;

Produção de poesias / paródias;

Reconto de histórias e ou canções populares preconceituosas ( Boi da Cara Preta).

Disciplina: Inglês

Propostas de Conteúdos:

Tradução de palavras de origem africana que são comuns em nosso idioma e para construção de dicionários, murais ou cartazes;

Letras de músicas do afro-descendente jamaicano Bob Marley e de outros cantores negros e textos em inglês sobre a vida de lideranças como os americanos Malcom X e Martin Luther King.

Disciplina: Historia

Propostas de Conteúdos:

História da África: A identidade afro – brasileira, os reinos da África, colonização e descolonização da África;

Os afro–brasileiros na sociedade;

Quilombos ontem e hoje;

Personagens ilustres negro;

Indumentária

Disciplina: Geografia

Propostas de Conteúdos:

Localização do Continente africano e seus países no Mapa-múndi;

Delimitação no Mapa do Brasil das áreas quilombolas.

Disciplina: Matemática

Propostas de Conteúdos:

Geometria, através das figuras representadas por meio dos símbolos da cultura africana;

Construção de tabelas e gráficos, relacionados aos dados estatísticos de mortalidade da população negra no Brasil;

População negra no Brasil.

Situações problemas

Receitas / Medidas

Disciplina: Educação Física

Propostas de Conteúdos:

Folguedos e danças afro- brasileiras / instrumentos musicais;

Brincadeiras

Destaque no esporte

Disciplina: Ensino Religioso

Propostas de Conteúdos: Religiões e cultos afro – brasileiro.

Disciplina: Arte

Propostas de Conteúdos:

Canções populares: raggae, jazz, funk, pagode chorinho, rap, samba e outros que abordem o tema.

Confecção de objetos artesanais como máscaras, carrancas, vasos etc;

Confecção de adornos: pulseiras, tornozeleiras, anéis, colares.,

Cores

Disciplina: Ciências

Propostas de Conteúdos:

Culinária africana – receitas

Mamona (mamoeiro, carrapateira ou rícino): Práticas fitoterápica , uso lubrificante e biodiesel.

Saúde população afro – descendente : pressão arterial elevada e anemia falciforme.

Melanina

Estratégias Pedagógicas e atividades:

Leitura;

Declamação de poesias;

Pesquisas;

Exibição de filmes e vídeos: Kiriku e a feiticeira, Kiriku e os animais da floresta, Vista minha pele( discriminação racial da vida de adolescentes), Uma onda no ar ( a população de uma favela encontra na comunicação, a arma contra a exclusão social e o racismo), Um grito de liberdade (visão do Apartheid na África do Sul. Luta contra o Racismo), Tudo aos domingos ( Tradições africanas na vida das pessoas), O Contador de Histórias, Narciso (história de dois meninos que encontram uma lâmpada mágica:o menino negro quer ser branco e rico e o menino branco quer cantar rap com o s negros).Quando o criolo dança ( entrevistas mostram situações vividas pelo negro no cotidiano)

Confecção de bonecas negras

Confecção de símbolos ou objetos africanos, máscaras, carrancas

Desfile da beleza negra

Teatro

Confecção de livros, dicionários, murais, banners, cordel ou cartazes privilegiando a cultura afro

Reflexão sobre a imagem da população negra apresentada nas novelas da rede de televisão

Álbuns de fotos com anotações

Músicas

Criação de um jornal sobre a temática

Criação de fantoches e bonecas de pano negras

Pesquisa e apresentação de capoeira

Análise de artistas e suas obras e criação de um folder para divulgação

Júri simulado, a partir de enquetes, expressando situações de racismos expressadas pelos alunos

Debates

Usar chages para analisar criticamente fatos de discriminação e racismos

Reprodução de desenhos usando escalas

Pesquisar em materiais impressos ou internet os símbolos da cultura africana

Confecção de estamparia em tecidos ou papel, usando moldes vazados

Apresentar a Lei 10.639 em cordel

Reescrita de poesias ( As borboletas, de Vinícius de Morais…)

Apresentação de histórias nas quais a cor preta tem destaque positivo, com personagens negras representadas por qualidade e beleza: menina bonita do laço de fita, O menino marrom, Biografia das cores, História da preta, O menino Nito, Ana e Ana, Tranças de Bintou, Bruna e galinha Angola , As pérolas de Cadja etc;

Coreografia, dublagem e apresentação culturais de músicas, como; Aquarela do Brasil , Canto das três raças – Clara Nunes, Lavagem cerebral – Gabriel, o pensador, Mão de Limpeza – Gilberto Gil, Kizomba – Martinho da Vila, Dia de graça – Candeia, Milagres do Povo – Caetano Veloso e Gilberto Gil, Sorriso Negro – Dona Ivone Lara, Canta BRASIL – Alcyr Pires Vermelho etc

Oficinas: Tranças, música, filmes/vídeos, danças e Capoeira

Palavras cruzadas, caça palavra,

Seminários

Leitura de imagens

Leituras de textos reflexivos, poéticos e informativos;

Leitura compartilhada e dialogada de textos reflexivos

Pesquisa e leitura em jornais e revistas sobre discriminação racial

(organizar as informações no mural para conhecimento de todos).

· Leitura e canto coletivo de músicas

· Dinâmica de motivação sobre o tema

· Definir um horário semanal para assistir filmes culturais afrodescendente ou que enfoquem discriminação étnico-racial.

· Sugerir filmes para que assistam

PROJETO DE CULTURA AFRO-BRASILEIRA E AFRICANA

JUSTIFICATIVA

Este projeto busca promover a releitura da história do mundo africano, sua cultura e os reflexos sobre a vida dos afro-brasileiros em geral, rompendo com o modelo vigente na sociedade brasileira, garantindo a cidadania e a igualdade racial.

Um projeto que proponha uma discussão envolvente sobre identidade cultural entre culturas diferentes construindo uma reflexão acerca do homem, tanto no que abrange a sua individualidade, quanto a sua posição no âmbito social e coletivo, além de proporcionar a pesquisas sobre a cultura afro-brasileira em suas mais variadas manifestações, dentro de uma perspectiva abrangente, ou seja, de modo a entrelaçar as diversas linhas do conhecimento: Língua Portuguesa, História, Geografia, Matemática, Ciências, Religião, Artes.

OBJETIVO GERAL

Trabalhar a questão da diversidade cultural entre Brasil e África, num processo de identificação com as nossas identidades culturais, com o intuito de resgatar a cidadania.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Desenvolver e divulgar, na escola e na comunidade, estudos que propiciem o resgate da cultura afro-brasileira;

Identificar e analisar de forma crítica os elementos geradores das diferenças, objetivando o combate ao preconceito, ao racismo, fatores de exclusão do educando;

Incentivar a pesquisa para a divulgação da cultura afro-brasileira e da sua importância na formação histórica, cultural, étnica e econômica;

Sensibilizar para a importância da temática étnico-racial, oportunizando discussões sobre o re-conhecimento e valorização das diversidades culturais;

Possibilitar a construção de um “nós” entre a cultura africana e a brasileira, de uma história e de uma identidade, possibilitando a releitura e a valorização da cultura afro-brasileira e dos afro-descendentes;

Promover a valorização da análise dos textos literários afro-brasileiros e a reflexão sobre conceitos e estereótipos acerca do negro;

Promover a formação de opiniões, atitudes e valores que desenvolvem os cidadãos para a consciência étnico-racial;

Trabalhar a auto-estima no educando, para que o mesmo possa fazer suas considerações positivas no relacionamento social com os seus semelhantes;

Promover a cultura afro-brasileira em parceria com as entidades de bairro e demais núcleos de estudo.

Perceber os diferentes tipos de religião, costumes e línguas presentes na África.

Reconhecer o papel do negro na definição e na defesa do território, os quilombos rurais e urbanos, o negro na periferia e na questão de posses de terras.

Discutir e conhecer as personalidades negras que deixaram ou estão deixando sua contribuição nos diversos setores da sociedade, como expressões culturais, desportivas, artísticas, políticas, musicais, religiosas etc.

AVALIAÇÃO:

As avaliações serão feitas mediante a realizações dos trabalhos e das apresentações em sala de aula.

AÇÕES DO PROJETO

• Questionar os alunos sobre o que sabem, que idéias e opiniões, dúvidas ou hipótese sobre o tema em debate, valorizando seus conhecimentos.

• Desenvolver atividades com diferentes fontes de informações em livros, filmes, fotos, visitas, passeios e confrontar dados e abordagem.

• Trabalhar com documentos variados, mapas, instrumentos de trabalho, rituais, adornos, meios de comunicação, vestimentas, textos, imagens e filmes.

• Promover estudos e reflexões sobre diversidade de modo de vida e de costumes dos afro-brasileiros. Promover estudos e reflexões sobre a presença na atualidade de elementos afro-brasileiros na localidade.

• Construir com os alunos: resumos orais, em forma de textos, jogos, murais, teatros, danças, coreografias, comidas, vestimentas, instrumentos utilizados no trabalho, nos rituais, nas danças, exposições e estimular a criatividade expressiva.

• Propor a culminância dos trabalhos em forma de feira pedagógica, com apresentações de todas as atividades planejadas

RELATÓRIO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NA ESCOLA

A EEF Prefeita Margarida Gomes de Araújo vem desenvolvendo o tema cultura afro-brasileira e africana com atividades desenvolvidas em sala de aula e espaços de multimeios, onde são trabalhados interdisciplinarmente, conforme demonstrado em anexo.

LÍNGUA PORTUGUESA: Desenvolveu-se atividades de leitura com contos africanos, envolvendo trabalhos com os livros da biblioteca; vídeos com debates sobre a cultura africana e sua influência em nosso dia a dia.

MATEMÁTICA: Foi reproduzido o jogo SHISIMA de origem do Quênia onde se pode abordar raciocínio lógico, circunferência, abscissas, raio e diâmetro e fração.

CIÊNCIAS: Debateu-se sobre a ciência e a cultura afro-brasileira e africana.

GEOGRAFIA: Demonstrou-se através de mapas a localização do continente africano e brasileiro; coordenadas geográficas; miscigenação.

HISTÓRIA Foi realizada uma visita no bairro na casa de umbanda da senhora Rita Leão; estudo dos fatos históricos fazendo relação com a situação vigente dos negros no Brasil; confecção e exposição de trabalhos em murais e cartazes pelos alunos.

ARTES: Trabalhou-se a música escravo de jó de brincadeiras africanas onde se trabalhou a lateralidade, ritmo e concentração com crianças de anos iniciais; apresentação das máscaras africanas; dança capoeira demonstrada anteriormente em uma apresentação cultural da escola.

RELIGIÃO: Foi comentado sobre os tipos de religiões provenientes da crença africana incutida no Brasil e em nosso bairro, onde foi visitado um centro de umbanda com alunos.

EDUCAÇÃO FÍSICA: Trabalhou-se jogos e brincadeiras infantis da cultura afro-brasileira e africana como o escravo de jó.
Durante a execução do projeto pôde-se observar através dos alunos e professores que esta cultura é bastante influente em nosso bairro exemplificada e notadamente nos grupos de capoeira e nos centros de umbandas existentes.
Titúlo: “Cultura Afro-Brasileira – Para conhecer, apreciar e produzir Arte.”

2- Eixo temático II – Conhecimento e Expressão em Artes Visuais

RESUMO DO TRABALHO (máximo de cinco linhas)

3- Tema 6: Movimentos artísticos em Artes Visuais em Diferentes Épocas e diferentes Culturas: Relações entre as Artes Visuais, seu Contesto na História da Humanidade.

A proposta foi desenvolvida pensando na temática da valorização da cultura Afro-Brasileira, onde através de oficinas realizadas durante todo o projeto, abordarão a temática. Serão realizadas oficinas de xilogravura, pintura e escultura, possibilitando que os alunos interajam com materiais artísticos diversificados, para que assim criem belas obras e possam principalmente perceber e valorizar a Arte, e a cultura afro brasileira.

INTRODUÇÃO

Temos no Brasil uma grande diversidade cultural, rica pelas suas formas, cores, texturas, sons e movimentos. Neste sentido, a Arte se faz presente, sendo assim necessário que haja uma valorização para com a mesma. E falando em cultura, temos ainda diversos estilos brasileiros de Arte, onde destacamos a Arte Afro-Brasileira.

Pela riqueza de suas cores e formas, e principalmente de seu povo, torna-se necessário que façamos um trabalho juntamente a escola para que assim crie-se uma valorização e uma percepção da sua Arte através de oficinas e trabalhos que abordem tal temática.

OBJETIVOS

 Abordar a temática da cultura afro brasileira em oficinas de Arte.

 Interagir com materiais artísticos diversos.

 Confeccionar mandalas, máscaras e xilogravuras (“carimbos de impressão”) com o tema afro a partir das oficinas.

 Valorizar a cultura afro – brasileira a partir da reflexão e do fazer artístico.

 Entender que a relação entre as obras de artes das diferentes épocas históricas não se dá somente por linearidade, mas pela herança cultural e pelo contexto atual.

METODOLOGIA

A proposta se desenvolverá a partir da realização de três oficinas (uma para cada aula) com atividades que abordem a temática da cultura afro – brasileira. Cada oficina (uma de mandala, uma de xilogravura, uma de máscara) abordará uma técnica diferente, sendo esta monitorada por um professor orientador e desenvolvida por cada aluno individualmente.

O objetivo é que cada aluno vivencie o seu fazer artístico, sem deixar de levar em consideração as produções dos colegas. É importante que os alunos compreendam a importância de tal cultura e da capacidade que cada aluno possui de criar. Assim, construiremos mandalas, xilogravuras e máscaras com tema afro.

INFRA-ESTRUTURA NECESSÁRIA

(de responsabilidade de professor orientador do grupo)

Para a oficina de MANDALAS:

Tinta Látex Branca

Pigmentos xadrez (cores: amarelo, laranja, ocre, marrom e rosa)

30 Pincéis de pintura

Bacias para água

Jornal

Compassos

Lápis nº 02

Para a oficina de MÁSCARAS:

20 Telhas

Jornal

Argila

Bacias para água

Para a oficina de XILOGRAVURA (CARIMBOS)

Rolos de PVC

20 Tesouras

INFRA-ESTRUTURA NECESSÁRIA

(de responsabilidade da Escola: ponto de água, energia, internet, etc.)

Para a oficina de MANDALAS:

20 mesas (para uso individual)

Água

20 folhas de papel cartão BRANCO (se não, cor mais clara)

20 réguas

Para a oficina de MÁSCARAS:

Um vidro (grande) de Cola

Papel Higiênico (três pacotes)

Para a oficina de XILOGRAVURA (CARIMBO)

Dois potes de tinta nanquim preta

25 folhas de papel colorsete (em cores variadas)

Um pacote de EVA (qualquer cor)

http://www.youtube.com/watch?v=i6qkKgtNDTs

Palestra

O mundo é um palco onde se digladiam as versões – e o poder é usado para impor a história única como se fosse toda a verdade. Não só entre os países, mas na vida social e também dentro de casa. Compreender o poder da narrativa é o primeiro passo para construir uma vida que vale a pena. Chimamanda Adichie.

A escola sempre pintou a África como pobre, sem histórias próprias, com uma população subalterna, sem-cultura e escravizada. E esse projeto pedagógico surge para tentar abrir um leque de discussões em torno da diversidade humana.

A escravidão é tão antiga quanto o ser humano. Em princípio, estava associada às guerras em quase todos os povos;

Segundo o dicionário Michaelis, Guerra é uma luta armada entre nações, por motivos territoriais, econômicos ou ideológicos. Também é um conflito armado pelo controle político entre diferentes grupos dentro da mesma nação, a chamada guerra civil.

São vários os motivos que podem estar por trás de uma guerra, dentre eles a disputa pelo poder, motivações econômicas, a imposição de ideias ou cultura, o confronto entre causas sociais e motivos religiosos ou de etnia.

os vencidos eram feitos escravos, na Grécia, em Roma, mas também entre os incas e astecas do México antigo. O guerreiro vencido ser tornava propriedade do vencedor. Entre muitos povos também se tornava escravo do credor quem não pudesse pagar as suas dívidas, vendia a sua pessoa ou os seus filhos e familiares ao credor. Na Grécia praticava-se o rapto, especialmente de crianças, e as crianças abandonadas pelos pais podiam ser recolhidas como escravos. No período áureo de Atenas, havia na Grécia 15% de homens livres e 85% de escravos. Na Mesopotâmia havia escravos de certo nível cultural, eram prisioneiros de guerra, como muitos judeus deportados para a Babilônia no ano 570 aC. No Império Romano, os escravos faziam trabalhos domésticos, e podiam ter funções administrativas e burocráticas e até em altos cargos.

  • “Os homens fazem a sua própria História, mas não a fazem como querem, não a fazem sob circunstâncias a sua escolha…” Karl Marx
  • “Não é somente o grande homem, o herói, o general que faz a História. O papel primordial, hoje, da História é conscientizar a cada um através do conhecimento crítico do passado e do presente e da sua função como agente transformador do mundo.” Ferreira Gullar
  • A escravidão no Brasil, justificada pela condição de inferioridade do negro, colocado como animal, pois era “desprovido de alma”. Como catequizar um animal.
  • “Eles se fingem de católicos, com cruzes e santinhos. Além da Igreja católica, que legitimou tal loucura os protestantes, todos as Religião cristã concordaram com tamanha injustiça, tudo hipocrisia.
  • A quem interessava tamanha besteira? Aos comerciantes do tráfico de escravos e aos proprietários rurais. Assim, o negro dava lucro ao comerciante, como mercadoria, e ao latifundiário, como trabalhador.

Pai Nosso

quando Jesus começou a prece dominical satisfazendo o pedido dos companheiros…

  • Pai Nosso, que estás nos céus…..
  • Para Ele, todos somos filhos abençoados. Com essa afirmativa, Jesus igualmente nos explicou que somos no mundo uma só família e que, por isso, todos somos irmãos, com o dever de ajudar-nos uns aos outros
  • Dia Nacional da Consciência Negra
  • No dia 20 de novembro se comemora o dia da “Consciência Negra. Esta data foi estabelecida pelo projeto lei número 10.639, no dia 9 de janeiro de 2003. Foi escolhida a data de 20 de novembro, pois foi neste dia, no ano de 1695, que morreu Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares. Os quilombos representavam uma resistência ao sistema escravista e também um forma coletiva de manutenção da cultura africana aqui no Brasil. Zumbi lutou até a morte por esta cultura e pela liberdade.

Vida dos escravos após o processo de libertação?

Após a libertação, na maioria dos casos, simplesmente foram expulsos das fazendas pelos senhores brancos. Sem recursos, sem lugar para morar, sem trabalho e com o Império nada mais fazendo do que dizer: Estão livres, não é difícil imaginar em que situação ficaram os escravos libertados.

Apesar de uma grande parcela da população brasileira ser constituída pelos negros, qual é a sua participação na vida do país?

Na religião, principalmente na religião católica, quantos negros são cardeais, bispos e madres superioras? Na política, quantos negros são prefeitos, governadores, vereadores, deputados e senadores? Nas universidades, quantos são os alunos e os professores negros? Na atividade econômica, quantos são os chefes, gerentes, diretores e proprietários negros?

lei N.º 10.639, de 9 de janeiro de 2003, incluiu o dia 20 de novembro no calendário escolar, data em que comemoramos o Dia Nacional da Consciência Negra. A mesma lei também tornou obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira.

Porém, hoje as estatísticas sobre os brasileiros ainda espelham desigualdades entre a população de brancos e a de pretos e pardos.

Dia da Consciência Negra

Seis estatísticas que mostram o abismo racial no Brasi

Protesto no Dia da Consciência Negra

Integrantes de movimentos sociais e de defesa dos direitos da comunidade negra protestam na 13ª Marcha da Consciência Negra, em 2016

A população negra é a mais afetada pela desigualdade e pela violência no Brasil. É o que alerta a Organização das Nações Unidas (ONU). No mercado de trabalho, pretos e pardos enfrentam mais dificuldades na progressão da carreira, na igualdade salarial e são mais vulneráveis ao assédio moral, afirma o Ministério Público do Trabalho.

De acordo com o Atlas da Violência 2017, a população negra também corresponde a maioria (78,9%) dos 10% dos indivíduos com mais chances de serem vítimas de homicídios.

Ao ser confrontado com as estatísticas, o racismo brasileiro, sustentado em três séculos de escravidão e muitas vezes minimizados pela branquitude nativa, revela-se sem meias palavras.

“Esse é um país que convive com uma desigualdade estrutural, especialmente em relação à questão racial”, afirma Kátia Maia, diretora executiva da Oxfam, em entrevista à CartaCapital. 

Oded Grajew, presidente do conselho deliberativo da organização, diz que o preconceito social no País passa também pelo racismo. “Só não concorda quem não acompanha o dia a dia da vida brasileira. Um negro que dirige um carro médio, por exemplo, é parado diversas vezes pela polícia, ou quando vai a um restaurante, avisam a ele que a entrada de serviço é do outro lado. Para curar qualquer doença, é preciso reconhecer a doença”, afirma.

Segundo o IBGE, mais da metade da população brasileira (54%) é de pretos ou pardos, sendo que a cada dez pessoas, três são mulheres negras.

Igualdade salarial só em 2089

Apenas em 2089, daqui a pelo menos 72 anos, brancos e negros terão uma renda equivalente no Brasil. A projeção é da pesquisa “A distância que nos une – Um retrato das Desigualdades Brasileiras” da ONG britânica Oxfam, dedicada a combater a pobreza e promover a justiça social.

Em média, os brasileiros brancos ganhavam, em 2015, o dobro do que os negros: R$1589, ante R$898 mensais.

“Só alcançaremos uma equiparação salarial entre negros e brancos em 2089, 200 anos depois da abolição da escravidão no Brasil. Isso se a desigualdade continuar diminuindo no ritmo que está”, alerta a diretora-executiva da Oxfam.

A conta é feita com base em dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), considerando rendimentos como salários, benefícios sociais, aposentadoria, aluguel de imóveis e aplicações financeiras, entre outros.

Ainda segundo o relatório, 67% dos negros no Brasil estão incluídos na parcela dos que recebem até 1,5 salário mínimo (cerca de R$1400). Entre os brancos, o índice fica em 45%.

Feminicídio de mulheres negras aumentou, das brancas caiu

feminicídio, isto é, o assassinato de mulheres por sua condição de gênero, também tem cor no Brasil: atinge principalmente as mulheres negras. Entre 2003 e 2013, o número de mulheres negras assassinadas cresceu 54%, ao passo que o índice de feminicídios de brancas caiu 10% no mesmo período de tempo. Os dados são do Mapa da Violência 2015, elaborado pela Faculdade Latino-Americana de Estudos Sociais. Uma evidência de que os avanços nas políticas de enfrentamento à violência de gênero não podem fechar os olhos para o componente racial.

As mulheres negras também são mais vitimadas pela violência doméstica: 58,68%, de acordo com informações do Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher, de 2015.

Elas também são mais atingidas pela violência obstétrica (65,4%) e pela mortalidade materna (53,6%), de acordo com dados do Ministério da Saúde e da Fiocruz.

Jovens e negros: as maiores vítimas da violência

Homens, jovens, negros e de baixa escolaridade são as principais vítimas de mortes violentas no País. A população negra corresponde a maioria (78,9%) dos 10% dos indivíduos com mais chances de serem vítimas de homicídios, de acordo com informações do Atlas da Violência 2017, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Atualmente, de cada 100 pessoas assassinadas no Brasil, 71 são negras. De acordo com informações do Atlas, os negros possuem chances 23,5% maiores de serem assassinados em relação a brasileiros de outras raças, já descontado o efeito da idade, escolaridade, do sexo, estado civil e bairro de residência.

“Jovens e negros do sexo masculino continuam sendo assassinados todos os anos como se vivessem em situação de guerra”, compara o estudo.

Maioria dos presos

O Brasil abriga a quarta maior população prisional do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, da China e da Rússia. Tratam-se de 622 mil brasileiros privados de liberdade, mais de 300 presos para cada 100 mil habitantes. Mais da metade (61,6%) são pretos e pardos, revela o Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen).

Na contramão dos demais países, porém, a taxa de aprisionamento no Brasil não está diminuindo. Entre 2004 e 2014, o índice cresceu 67%. A taxa de superlotação por aqui também é maior: 147% no Brasil, ante 102% nos Estados Unidos e 82% na Rússia.

Baixa representatividade no cinema e na literatura

Só 10% dos livros brasileiros publicados entre 1965 e 2014 foram escritos por autores negros, afirma pesquisa da Universidade de Brasília (UnB) que também analisou os personagens retratados pela literatura nacional: 60% dos protagonistas são homens e 80% deles, brancos.

Já a pesquisa “A Cara do Cinema Nacional”, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, revelou que homens negros são só 2% dos diretores de filmes nacionais. Atrás das câmeras, não foi registrada nenhuma mulher negra. O fosso racial permanece entre os roteiristas: só 4% são negros.

O levantamento da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) considerou as produções brasileiras que alcançaram as maiores bilheterias entre 2002 e 2014. Dentre os filmes analisados, 31% tinham no elenco atores negros, quase sempre interpretando papeis associados à pobreza e criminalidade.

Crise e desemprego

A crise e a onda de desemprego também atingiu com mais força a população negra brasileira: eles são 63,7% dos desocupados, o que corresponde a 8,3 milhões de pessoas. Com isso, a taxa de desocupação de pretos e pardos ficou em 14,6% – entre os trabalhadores brancos, o índice é menor: 9,9%.

“É preciso pensar em políticas de afirmação do negro. Políticas de valorização daqueles que foram marginalizados e excluídos”, reconhecer que o problema existe é o primeiro passo para tentar resolver essa dívida histórica.

Em 2015, os negros e pardos representavam 54% da população brasileira, mas sua participação no grupo dos 10% mais pobres era muito maior: 75%.

No grupo do 1% mais rico da população, a porcentagem de negros e pardos é de apenas 17,8%.

“Ainda observando a desigualdade de renda que, apesar de arrefecimento nos últimos anos, mantém-se consequente, a população permanece segmentada por cor ou raça”, diz o relatório.

Veja no gráfico:

Desigualdade racial no Brasil

 (IBGE/)

Por isso, a consideração de cor ou raça nas pesquisas oficiais produzidas pelo IBGE é fundamental. “Há países – a exemplo de Portugal – que, a pretexto de não violarem o princípio da igualdade, proíbem a coleta de dados com base na raça e na cor das pessoas, o que tem impedido que se conheça o contexto de desigualdades raciais e a criação de políticas públicas”, ressalta a jurista, que atua em grupos de proteção de direitos humanos e combate a discriminações.

O que te define? A sua cor ou raça:

Cor da pele não define raça, aponta pesquisa com DNA

Estudo conclui que os mesmos genes relacionados à pigmentação da pele estão presentes em brancos e negros, provando que só há uma ‘raça’ — a humana

Não deixa de ser surpreendente que, em pleno século XXI, a cor da pele siga representando o que muitos consideram as diferentes “raças” — um conceito que dá margem às ondas de racismo que explodem de vez em quando. As teorias da genética há muito se empenham em contestar a ideia de que a cor da pele equivale à diferença racial, mas até agora não havia uma prova cabal. No último dia 12 de outubro, no entanto, pesquisadores da Universidade da Pensilvânia (EUA) divulgaram, na prestigiada revista científica Science, constatações que finalmente ratificam as teses dos geneticistas modernos.

Ao analisarem o genoma de 1 570 africanos, cruzando-o com dados coletados de grupos europeus, os estudiosos concluíram que ambos os povos, o africano e o europeu, compartilham traços do DNA que tanto podem deixar a pele mais clara como mais escura. Em outras palavras, existem indivíduos de etnia branca com genes que tornam a cútis um pouco escura, e vice-versa. Além disso, esses genes teriam surgido na África há 900.000 anos, centenas de milênios antes de nossos antepassados mais próximos aparecerem por lá. Assim, prova-se, cientificamente, que pertencemos todos, negros e brancos, a uma mesma “raça”.

branca, preta, amarela, parda ou indígena? Nessa ordem, o agente de pesquisa do IBGE oferece as opções, e o entrevistado escolhe como se classifica. O que ele considera para responder depende de cada um, pois o quesito de cor ou raça é baseado na autodeclaração.

Segundo Leonardo Athias, pesquisador da Coordenação de População e Indicadores Sociais do IBGE, responsável pelo tema, este é um preceito de direitos humanos: “a identificação é da pessoa, é ela que sabe como se entende, porque é uma interação social, uma percepção de si mesma e do outro. Eu não vou classificar o outro, até porque muitas vezes isso foi feito para segregar, para perseguir”.

O sistema de classificação adotado pelo Instituto se apoia em cinco categorias, consolidadas em uma longa tradição de pesquisas domiciliares, mas não deixa de ser passível de críticas.

Uma delas lembra que o sistema é utilizado desde 1872, passando por pequenas modificações ao longo do tempo, mas desde sempre utilizando categorias formuladas por uma pequena elite dominante e desconsiderado a realidade das regiões fora dos eixos Sul e Sudeste. Isto criou dificuldades com o termo pardo, por exemplo.

“O termo pardo remete a uma miscigenação de origem preta ou indígena com qualquer outra cor ou raça. Alguns movimentos negros utilizam preto e pardo para substituir o negro e alguns movimentos indígenas usam indígenas e pardos para pensar a descendência indígena. É uma categoria residual, mas que é a maioria”, explica Marta Antunes, da Gerência Técnica do Censo Demográfico.

De qualquer maneira, essas categorias têm conseguido evidenciar a desigualdade racial nos indicadores sociais do país. “Toda classificação é uma simplificação da realidade. Muitas vezes o objetivo de classificar, para [atender] os objetivos estatais de proteger minorias, mostrar desigualdades e balizar políticas, pode não coincidir com o objetivo de identificar, ou seja, mostrar como as pessoas se enxergam em sua diversidade”, avalia Leonardo.

Para Marta, as categorias podem ser repensadas, mas ainda não há entre os estudiosos um consenso para substituí-las: “como trocar essas categorias sem perder a série histórica e sem atrapalhar a política pública que já está calcada em cima desses termos?”, questiona.

Leia mais sobre o assunto na revista Retratos nº 11.

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta sexta-feira 17 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além disso, no terceiro trimestre de 2017 o rendimento médio de trabalhadores negros foi inferior ao dos brancos: 1,5 mil ante 2,7 mil reais.

*Colaborou Rodrigo Martins e Miguel Martins

Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião.
Para odiar, as pessoas precisam aprender; e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar.”
(Nelson Mandela)

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Sobre bbraga

Atuo como professor de química, em colégios e cursinhos pré-vestibulares. Ministro aulas de Processos Químicos Industrial, Química Ambiental, Corrosão, Química Geral, Matemática e Física. Escolaridade; Pós Graduação, FUNESP. Licenciatura Plena em Química, UMC. Técnico em Química, Liceu Brás Cubas. Cursos Extracurriculares; Curso Rotativo de química, SENAI. Operador de Processo Químico, SENAI. Curso de Proteção Radiológica, SENAI. Busco ministrar aulas dinâmicas e interativas com a utilização de Experimentos, Tecnologias de informação e Comunicação estreitando cada vez mais a relação do aluno com o cotidiano.

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