Quando somos escravos de nós mesmos

Quando somos escravos de nós mesmos

March 18, 2013

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Uma frase de Harriet Tubman (foto) me fez pensar sobre as limitações que nos impomos, ela que foi uma real ativista dos direitos humanos sendo anti-escravagista antes do fim da escravidão, feminista antes do feminismo atuou pela liberdade dos escravos nos Estados Unidos, como espiã, se embrenhando em fazendas para  retirar muitos da escravidão, da qual ela mesma fugiu, a ela é atribuída a seguinte frase: “I freed a thousand slaves. I could have freed a thousand more, if only they knew they were slaves.”, traduzindo significa: “Libertei mil escravos. Eu poderia ter libertado mais mil, se simplesmente eles soubessem que eram escravos”.

Até que ponto somos escravos de nossos conceitos, de nossas vaidades de nossa prepotência, ou até mesmo de nossa ignorância. Até onde vai a limitação de nossa percepção como seres pensantes? Sua escola, sua igreja, sua família, sua cidade, seus costumes, até onde te levam a não perceber que existem coisas além de suas fronteiras? Não estou querendo com isto me referir a nada místico, mas as coisas que estão além de nossa comodidade de pensamentos.

Somos frutos de tudo que nos cerca, mas quando é possível enxergar fora da caixa? Temos um código seja ele formal ou informal que faz com que vivamos em uma prisão de conceitos, mas que também regula nossa permanência dentro de um determinado grupo.

Existem pessoas, organizações que querem que mantenhamos o desconhecimento das falcatruas e das incoerências com a deferência de um discurso de quem determina o que é mal, mas ou mesmo tempo segue a maldade, e por mais que não possamos perceber, somos sim instrumentos de injustiça no sentido mais amplo, no puro senso utópico.

Podemos nos libertar questionando até as nossas certezas. Convicções inabaláveis impostas por terceiros só nos levam à escravidão voluntária, mesmo sem nossa real percepção deste fato que às vezes pode até confortar, pois a revolta trás conflitos, sejam pessoais ou coletivos. Pensar diferente não é ser inimigo, talvez possa ser um passo até para o desprezo preconizado pelos donos da verdade, mas também pode criar  um sentido de liberdade, liberdade de seguir a própria consciência e de lutar pelos mais puros ideais independentemente das pressões sociais e das regras.

Não faço alarde nem propaganda da libertinagem ou da liberalidade, mas da liberdade, principalmente da que prega ao outro o que se deseja a si mesmo. Pessoas como Harriet, estão à frente do seu tempo e ajudam a moldar um futuro de crenças e imposições quebradas pela simples razão e o desejo de existir em um mundo mais igualitário.

Há verdadeiros heróis escondidos por preconceitos do passado que agora se revelam, e eles não aparecem com espada, uniforme impecável em um  cavalo branco, elmo brilhante ou com uma capa; quase nunca fazem parte da elite financeira, mas estão junto à elite pensante e com aquele senso incomum acima da percepção do restante da humanidade, e estes aparecem com qualidades suficientes para estimular a crítica para dar um tranco na nossa confortável percepção e nos levar a conhecimentos e conceitos que nunca antes nos demos conta.

A frase de Harriet não é inspiradora? Será que não nos ajudaria a quebrar as amarras inconscientes de nossa própria escravidão? Cabe a cada um descobrir do que está sendo escravo e do que precisa se libertar, ninguém pode garantir uma vitória, mas a própria luta pode compensar. Um conselho, mesmo que eu não acredite que eu tenha algo tão importante a dizer que você mesmo não saiba: Não seja escravo de si mesmo.

 

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bbraga

Sobre bbraga

Atuo como professor de química, em colégios e cursinhos pré-vestibulares. Ministro aulas de Processos Químicos Industrial, Química Ambiental, Corrosão, Química Geral, Matemática e Física. Escolaridade; Pós Graduação, FUNESP. Licenciatura Plena em Química, UMC. Técnico em Química, Liceu Brás Cubas. Cursos Extracurriculares; Curso Rotativo de química, SENAI. Operador de Processo Químico, SENAI. Curso de Proteção Radiológica, SENAI. Busco ministrar aulas dinâmicas e interativas com a utilização de Experimentos, Tecnologias de informação e Comunicação estreitando cada vez mais a relação do aluno com o cotidiano.

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