Há cinco séculos, índios e negros são massacrados

A paz dos moradores de uma terra de temperatura agradável e tropical, livre de furacões, terremotos e vulcões, e com terra fértil acabou em 1500, com a chegada dos primeiros colonos.

Estima-se que, na época, a população indígena do território que hoje pertence ao Brasil chegava a quase 5 milhões. Mesmo assim, os índios foram praticamente extintos. Os que não foram assassinados viraram escravos. Aldeias eram invadidas, mulheres estupradas e crianças mortas. Mais de cinco séculos depois, o cenário não está muito diferente.

Os povos indígenas sobreviventes sofrem com o descaso das autoridades, doenças causadas por agrotóxicos e falta de cuidados médicos. A maioria dos índios foi retirada de suas terras de origem e remanejada para áreas de plantação, contaminadas por agrotóxicos, tanto no solo como na água.

A mortalidade infantil dos índios é nove vezes maior que a das crianças não indígenas no Brasil. Segundo dados do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e da  Secretaria Especial da Saúde Indígena (SESAI), somente no ano de 2015 foram registradas 599 mortes de crianças indígenas até 5 anos. Além disso, de acordo com um levantamento da SESAI, 40% dos índios que morreram de 2007 a 2013 eram crianças.

A Ditadura Militar no Brasil também ceifou a vida de milhares de indígenas. Uma pesquisa encomendada pela Comissão Nacional da Verdade (CNV) estima que ao menos 8.350 índios foram mortos entre 1946 e 1988. Além da violência direta do Estado, os povos indígenas sofreram com a omissão do governo.

Com tantos problemas, os indígenas são também a parte da população mais propensa a cometer suicídio. São, em média, 9 suicídios para cada 100 mil indígenas no Brasil. E em alguns municípios da região Norte a taxa chega a 30 suicídios para cada 100 mil habitantes. As principais causas do alto índice são a falta de terra, a extinção da cultura e o alcoolismo.

Os negros sofrem tanto quanto os índios. Com a resistência dos índios à escravidão, os colonos resolveram usar mão de obra de escravos africanos. Somente os barcos com bandeiras Portugal/Brasil trouxeram 5,8 milhões de escravos. Os primeiros escravos negros chegaram ao Brasil entre 1539 e 1542.

Um dado assustador é que nos últimos 15 anos de escravidão no país, 60% dos escravos traficados nos barcos eram crianças, por serem mais fáceis de transportar. Estima-se que mais de 660 mil escravos morreram nos barcos na travessia da África para cá.

Hoje, a cada 100 pessoas assassinadas no Brasil, 71 são negras, de acordo com informações do último Atlas da Violência. Segundo o mesmo documento, os negros possuem chances 23,5% maiores de serem assassinados em relação a brasileiros de outras raças, já descontado o efeito da idade, escolaridade, do sexo, estado civil e bairro de residência.

O preconceito com a maioria dos brasileiros (mais da metade da população no Brasil é negra) também é muito forte no país. A própria mídia exclui a participação de negros, que quase não são vistos como âncoras em telejornais, papéis de destaque em novelas, filmes e comerciais brasileiros. Os atores negros, na maioria das vezes, são chamados para interpretar papéis de escravos, empregados ou de pessoas com menor poder aquisitivo.

Passados mais de cinco séculos, continuamos massacrando brasileiros, principalmente índios e negros.

https://observatorio3setor.org.br/noticias/indios-e-negros-massacrados-no-brasil/

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bbraga

Sobre bbraga

Atuo como professor de química, em colégios e cursinhos pré-vestibulares. Ministro aulas de Processos Químicos Industrial, Química Ambiental, Corrosão, Química Geral, Matemática e Física. Escolaridade; Pós Graduação, FUNESP. Licenciatura Plena em Química, UMC. Técnico em Química, Liceu Brás Cubas. Cursos Extracurriculares; Curso Rotativo de química, SENAI. Operador de Processo Químico, SENAI. Curso de Proteção Radiológica, SENAI. Busco ministrar aulas dinâmicas e interativas com a utilização de Experimentos, Tecnologias de informação e Comunicação estreitando cada vez mais a relação do aluno com o cotidiano.

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